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As commodities na economia brasileira: uma relação de subordinação



Dentre os principais objetivos de um país está o desenvolvimento de sua economia a fim de assegurar e melhorar a qualidade de vida e a sobrevivência dos indivíduos que dela fazem parte. Uma das maneiras de verificar se uma economia está crescendo ou não é através da mensuração de seu PIB.


Rápido panorama sobre o PIB de um país


O PIB é, dentro de um determinado período de tempo, o valor de mercado de todos os bens e serviços produzidos numa economia. É a somatória da renda de todas as pessoas. E neste cálculo também é levado em consideração o total de despesas com os bens e serviços produzidos.


Sendo assim, o PIB pode ser mensurado através da seguinte fórmula:


Y = C + I + G + NX, onde C é o consumo, I os investimentos, G os gastos do governo, e NX as exportações líquidas (Exportação – Importação). Apesar do setor que apresenta a maior parcela no PIB ser o de serviços, as exportações são de suma importância para manutenção da balança comercial do país e também agregam, diretamente ou não, no setor de serviços.


Onde as commodities entram na composição do PIB Brasileiro?

O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de commodities do mundo. Dentro da composição apresentada anteriormente, as commodities fazem parte das exportações que o país realiza. Vale ressaltar que o PIB também é influenciado pelo volume de vendas dessas matérias-primas, ou seja, quando há um aumento do preço das commodities no mercado global, países exportadores de commodities, como o Brasil, se beneficiam. No caso brasileiro, por exemplo, em janeiro de 2023, as commodities representaram 65% do total de exportações feitas pelo Brasil e tiveram um crescimento de 16,8% entre os meses de janeiro de 2022 e 2023, com um aumento dos preços e volume em 8,2% e 7,7%, respectivamente.


Portanto, existe uma forte relação entre o desenvolvimento da economia e as exportações de commodities. Tal relação pode ser observada no gráfico abaixo:



Pode-se observar através do gráfico que quando há um aumento nos preços das commodities, e consequentemente maior valor da conta de exportações, há aumento do PIB a preço de mercado.

O Brasil exporta para diversos países, porém, os maiores parceiros em questão de volume e preços são a China, EUA, União Europeia e Argentina. Para esses, principalmente, são exportados produtos como a soja, o petróleo e o minério de ferro.


Como o Brasil é competitivo no mercado exterior?


Basicamente, o país torna-se competitivo ao obter parcerias com as maiores economias do mundo. A China, por exemplo, é atualmente a principal parceira comercial do Brasil e importa soja, que em 2022 gerou US$ 46,7 bilhões para as exportações brasileiras, assim como minério de ferro, petróleo, ouro e carne de aves, o que contribuiu com bilhões para a balança comercial do país. Os Estados Unidos também possuem parcerias com o país, importando peças de carro, medicamentos e petróleo.


Durante o ano de 2022, o Brasil somou US$ 335 bilhões em exportações, com o setor agropecuário sendo o de maior crescimento em relação ao ano de 2021, com uma aumento de 36,1% devido principalmente à subida do nível dos preços, em 31,5%, e aumento de 1,8% no volume, como pode-se observar no gráfico abaixo:


Fonte: Ministério do desenvolvimento, indústria, comércio e serviços


Interdependência


Como mostrado anteriormente, para o cálculo do PIB são levados em consideração vários elementos que dependem ou não de fatores internos ou externos, conforme divulgado pelo IBGE. O PIB brasileiro, em 2022, fechou em 2,9%, sendo puxado pelo setor de serviços, mas ainda assim seguindo a “regra” de o aumento nas exportações ser um dos principais fatores para o seu crescimento, devido ao volume, preço e importância que estas matérias-primas possuem para os países importadores.


No cenário econômico atual, existem algumas incertezas quanto ao volume e preço das exportações brasileiras. Previsões econômicas, como a do FMI e World Economic Outlook apontam para uma desaceleração da economia global em 2023, com um menor volume de importações/exportações quando comparado ao ano anterior. Apesar de uma desaceleração de vendas para a China e Ásia no geral (variação de -4,7% no quantum) em 2022, muito por conta do lockdown e desaceleração a curto prazo da economia chinesa, as projeções para o país são de melhora, com um crescimento de 5,2% para 2023, de acordo com FMI, o que é crucial para o Brasil, dado um cenário em que os demais parceiros econômicos estejam com uma economia desacelerada com menores importações. Entretanto, ainda há incertezas se importações chinesas compensarão a projetada desaceleração do restante do mundo na balança comercial brasileira.


Dado as informações apresentadas, conclui-se que o Brasil possui uma relação de forte dependência das commodities, pois através delas o país gera caixa para o pagamento de suas contas, mantém um bom equilíbrio de sua balança comercial, fortalece outros setores da economia como o de serviços e de investimentos e, consequentemente, melhora o seu Produto Interno Bruto.


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