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Imune à crise


O Brasil passa atualmente por um dos cenários econômicos mais desafiadores dos últimos cem anos. Recentemente, o FMI lançou um relatório no qual estima que a queda do PIB deva ficar próxima de 3,8% neste ano. Em meio ao péssimo cenário econômico, existem empresas que conseguem aproveitar as oportunidades geradas pela crise para se consolidar, como é o caso da Raia Drogasil. Vamos aos fatores que possibilitaram a sua recente consolidação.

Cenário favorável

Um dos principais drivers do varejo farmacêutico é a demografia. No ano 2000, o país contava com cerca de 10 milhões de idosos, enquanto que em 2010 esse número já havia dobrado e as estimativas são de que, em 2040, o Brasil conte com 54 milhões de idosos. O número de habitantes na terceira idade influencia positivamente o setor, tendo em vista que, em média, um idoso possui um gasto per capita 58% maior do que o restante da população.

Além da demografia, o processo de inclusão social e aumento da renda per capita no país, a partir da década de 1990, permitiram uma enorme expansão do mercado consumidor.

O varejo, por si só, teve enorme expansão nos últimos 20 anos, mas é interessante ressaltar que o farmacêutico teve crescimento ainda maior. Somente nos últimos três anos, o crescimento médio da receita desse foi de 11,6% ao ano.

O varejo farmacêutico no Brasil é extremamente pulverizado, tendo a líder de mercado (Raia Drogasil) 1,5% do total de lojas, mas com 10% de receita total de vendas. Atualmente, o Brasil conta com cerca de 70 mil farmácias, das quais quase 40 mil são farmácias independentes.

Com a introdução de novos aspectos regulatórios nos últimos anos, as grandes redes têm sido favorecidas em detrimento das farmácias independentes. Podemos citar como exemplo de mudanças regulatórias que beneficiaram as grandes varejistas farmacêuticas, o aumento da fiscalização tributária, a lei da rastreabilidade, a criação do programa Farmácia Popular e a abertura do setor ao capital estrangeiro.

A maior penetração dos genéricos, que têm evoluído nos últimos anos, beneficia positivamente as varejistas, haja vista que a margem bruta de um genérico é bem superior à de medicamentos de marca e OTC (Over The Counter).

Soma-se isso o fato de o varejo farmacêutico passar por um momento de reinvenção, deixando de ser apenas um lugar em que se compra remédios, para um lugar no qual se consome saúde de maneira geral. Isso envolve a expansão do mix de produtos, principalmente de higiene e beleza.

Este é um breve panorama do cenário extremamente favorável ao setor. Falemos agora da Raia Drogasil.

A Raia Drogasil surgiu em 2011, com a fusão da Droga Raia com a Drogasil, criando a maior varejista farmacêutica do Brasil. A alta qualidade do management da empresa, em conjunto com uma forte solidez financeira, permitiu nos últimos anos um forte crescimento orgânico da empresa que culminou em um aumento expressivo do marketshare.

Desde a fusão, a receita bruta da empresa teve um CAGR de 18%, praticamente duplicando seus números em apenas quatro anos. Neste período teve uma taxa média de abertura de novas lojas de aproximadamente 114 unidades por ano.

A Raia Drogasil possui enorme solidez financeira, com uma dívida bruta de R$300 Milhões, sendo 97% desta dívida contratada junto ao BNDES com taxas de juros subsidiadas. Além de possuir uma dívida barata, 65% dela é de longo prazo, o que permite que a empresa utilize caixa para novos investimentos. Destaca-se ainda a evolução da Margem Ebitda da empresa, fechando o ano de 2015 em 8%.

A empresa hoje é liderada por Marcílio Pousada (CEO) e Antonio Carlos Pipponzi (presidente do conselho) que juntos fizeram com que a Raia Drogasil se tornasse uma das empresas mais sólidas do Índice Bovespa.


Artigo publicado em junho/2016 na 13ª edição da Markets St.


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