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Precisamos falar sobre a Stone


A fintech brasileira de pagamentos, dona da maquininha verde que tem apenas 6 anos de vida, mas que detém mais de 5% do mercado brasileiro de transações no cartão de crédito, atendendo a mais de 200 mil comerciantes, realizou seu IPO na Nasdaq - o segundo maior mercado de ações do mundo - sendo cotada a U$S 24 por ação e com um valor de mercado de U$S 6,8 bilhões.

Tal valor de mercado dá a Stone um múltiplo de 10 vezes a receita, e cerca de 25 vezes o lucro projetado para 2019, em consonância com a PagSeguro, o que demonstra o apetite do mercado por fintechs com boa geração de caixa, como a Stone e sua rival. Estando em um ótimo ponto da alavancagem operacional, o lucro líquido da empresa pode aumentar mais de três vezes em 2019, chegando à casa do R$ 1 bilhão, mesma situação já vivenciada pela PAGS.

Segundo a Abecs, o mercado de cartões de crédito vem crescendo consistentemente nos últimos anos, chegando ao valor transacionado de R$ 1,36 trilhão em 2017. O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços, Fernando Chacon, projeta que os cartões de crédito, que hoje tem participação de 34% no consumo das famílias, podem atingir 60% em quatro anos. De fato, o Brasil vem se aproximando de países como Estados Unidos e Reino Unido, mas ainda tem muito espaço para crescer no que diz respeito à penetração dos cartões de crédito como meio de pagamento.


Como consequência da boa perspectiva para o mercado e ainda mais para a Stone, a estreia da brasileira na bolsa americana foi ainda melhor do que o esperado, com as ações subindo 30,6%, chegando a um valor de quase 9 bilhões de dólares no primeiro dia. O que impressiona é a lista de renomados investidores que participaram das rodadas de captação da empresa. Começando pelo lendário investidor americano Warren Buffett, que, através da Berkshire Hathaway, holding da qual é CEO e proprietário, ficou com 14 milhões de ações e passou a ser dono de 5% da Stone. Buffett, aliás, já havia feito um investimento em outra plataforma de pagamentos digitais, a indiana Paytm, da qual passou a ser dono de cerca de 4% das ações pela bagatela de 360 milhões de dólares. Além dele, aparecem como outros grandes nomes a T. Rowe Price, a Madrone Partners, da família controladora do Wal-Mart, e os brasileiros sócios da 3G Capital, Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira. Mais recentemente, a Ant Financial manifestou interesse de investir U$S 100 milhões na Stone. A companhia, anteriormente denominada Alipay, é a empresa de pagamentos da gigante chinesa Alibaba e a fintech mais valiosa do mundo. E não é só a Stone que vem tendo boa captação, bons resultados e boas projeções para os próximos anos. O setor em si é muito promissor. Antes da chegada e ascensão da Stone e da PagSeguro, Cielo e Rede dominavam o mercado brasileiro, configurando quase que um duopólio, já que eram controladas por grandes bancos, a primeira pelo Bradesco e pelo Banco do Brasil, enquanto a segunda pelo Itaú, o que consistia uma gigantesca barreira de entrada. O domínio ainda existe, mas Stone e PagSeguro definitivamente entraram forte no mercado, empregando muita tecnologia, uma política de preços agressiva e mirando mercados antes pouco explorados, como o pequeno varejo - há mais de 7 milhões de microempreendedores individuais e 3,9 milhões micro e pequenas empresas em atividade no Brasil, segundo a Sebrae -, e não à toa atraíram tanto capital de investidores qualificados. Tudo indica que os próximos anos reservam bons capítulos para a “guerra das maquininhhas".


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