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A economia japonesa por um fio


O Japão tem sido um dos países de maior destaque mundial desde a sua grande reestruturação pós 2° Guerra Mundial, quando decidiu focar na educação como principal base para o futuro. Tal movimento se mostrou extremamente frutífero, sendo o Japão hoje a 3° maior economia do mundo, estando atrás somente de Estados Unidos e China.

Sendo destaque mundial nas áreas de pesquisas científicas, médicas e no desenvolvimento tecnológico, o Japão ganhou importância entre os grandes investidores mundiais por ser o berço de inovações constantes. Todavia, somente de janeiro até agosto de 2018, já foram retirados cerca US$35 bilhões de investimentos externos da economia nipônica, fato que tem aumentado a preocupação do Banco Central Japonês, mas o que explica esse movimento?

Primeiramente, argumenta-se que a guerra comercial entre Estados Unidos e China tenha tido uma influência muito grande na decisão dos investidores. Porém, com uma análise mais profunda da situação japonesa, pode-se prever que este movimento é apenas um sinal do que pode estar por vir no futuro. O Japão parece não conseguir mais aumentar seu PIB como antes. Seus anos de maiores altas foram em 2011 e 2012, e, em 3° lugar aparece o resultado de 1995; números anormais para países desenvolvidos, que apresentam constantes crescimentos econômicos, como, por exemplo, os Estados Unidos, que apesar de já serem a maior economia do mundo, terão em 2018 o maior PIB de sua história.

O crescimento populacional negativo agrava ainda mais a situação, pois o número de habitantes cresceu somente até o ano de 2009, e, desde então, só tem demonstrado baixa. Não obstante, a média etária de 47,3 anos também assusta, sendo essa a 2° mais alta do mundo. Outro fator está na expectativa de vida dos japoneses, de 85 anos, que é hoje a mais alta do mundo. Assim sendo, é possível perceber que a população japonesa, e por consequência, sua força de trabalho, tendem a uma diminuição considerável. Essa combinação de fatores faz com que as estimativas futuras para a economia nipônica não sejam muitos agradáveis, fazendo com que grandes investidores retirem seu capital do país, devido ao custo de oportunidade no longo prazo. A queda no consumo da população japonesa nos últimos anos é o dado que mais sustenta as previsões negativas para o futuro, sendo uma das principais responsáveis pela estagnação do PIB nas últimas décadas.

As soluções para a conjuntura japonesa são difíceis. Talvez a maneira mais rápida de escapar desta situação seria o incentivo por parte do governo aos japoneses terem mais filhos, medida já existente desde 2015 que acabou por não surtir muito efeito prático. A outra saída seria por meio da imigração. Tal solução, entretanto, pode demorar a acontecer devido a cultura japonesa. Famoso país por fortes tradições, onde 98% da população é formada por japoneses, um grande número de imigrantes pode não ser muito bem aceito ou mesmo não se adaptarem aos costumes do país, que certamente são únicos no mundo.

Urge, portanto, o maior desafio para o governo japonês: garantir a sustentabilidade populacional para o futuro da nação. Além da queda no crescimento econômico, o Japão que hoje existe tem seu futuro ameaçado pelo próprio desenvolvimento nas áreas de educação, saúde e segurança.



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