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Caso Facebook


O Facebook é uma empresa ícone do século XXI, que arquitetou uma nova maneira para o homem se relacionar em meio virtual. Em meados de março de 2018, a organização se encontrou como centro das atenções de um escândalo de vazamento de dados e, não à toa, tal fato ocasionou uma extrema inquietação internacional. Como uma das maiores redes sociais da atualidade, o Facebook tem acesso a uma vasta gama de informações pessoais de bilhões de pessoas, e a falta de proteção desses dados é um assunto preocupante, o que nos leva a questionar a confiança e a segurança que depositamos na internet.

Tudo começou com uma reportagem do jornal americano The New York Times que expôs o compartilhamento indevido de dados de usuários de um quizz do Facebook com a empresa de consultoria Cambridge Analytica. O quizz em questão era realizado em um aplicativo chamado “This is your Digital Life” e a sua proposta era a de oferecer previsões sobre a personalidade do usuário com base nas respostas obtidas. Ao fazer login com a conta do Facebook, o app recebia diversos dados pessoais ligados à conta do usuário, como e-mail, data de nascimento e interesses compartilhados. Cerca de 270 mil pessoas tiveram acesso ao aplicativo, o que foi o suficiente para dar à companhia alcance aos dados de milhões de pessoas, já que o Facebook conseguia também captar as informações dos amigos virtuais daqueles que responderam o quizz. Após uma investigação mais aprofundada, foi estimado o vazamento de dados de aproximadamente 90 milhões de pessoas.

Essa invasão do sigilo pessoal tinha um motivo: a Cambridge Analytica era um empresa que combinava mineração e análise de dados com comunicação estratégica para o processo eleitoral. Foi criada em 2013, como um desdobramento de sua controladora britânica, a SCL Group, para participar da política estadunidense. Em 2016, a empresa trabalhou para a campanha presidencial de Donald Trump, e também para a do Brexit, visando a saída do Reino Unido da União Europeia. A partir disso, já podemos imaginar o porquê do interesse da Cambridge no banco de dados do Facebook: o acesso a tamanho nível de informações facilitaria -e muito- no seu trabalho nas campanhas políticas.

Podemos ver que o escândalo de vazamento de dados resultou em outras duas situações, manipulando as eleições que elegeram Trump e também aquelas que oficializaram a saída do Reino Unido da União Europeia. Em função disso, a Cambridge Analytica foi considerada uma ameaça global à democracia e declarou, posteriormente, a sua falência. Em meio a essa confusão, o Facebook fora responsabilizado pela frágil atenção dada aos desenvolvedores de aplicativos que interagem com o site e podem, assim, coletar dados de usuários.

A rede social sofre, agora, um processo indenizatório bilionário. O CEO da empresa, Mark Zuckerberg, afirma estar trabalhando para consertar o erro outrora negligenciado, além de prosseguir com uma política de aprimoramento na proteção de dados e de refinamento de informações, principalmente em relação à propagação de fake news.

O efeito financeiro causado pelo escândalo fica evidente ao analisarmos como as suas ações reagiram após à divulgação da notícia, que ocorreu em meados de março. No dia 08/03/18, as ações estavam sendo cotadas a aproximadamente R$298,00, sofrendo uma queda acentuada nos próximos 15 dias e chegando a algo em torno de R$254,00. Outro ponto a ser destacado é a baixa das ações no final de julho, quando os resultados trimestrais foram divulgados pela companhia e o efeito do escândalo ficou ainda mais evidente para os acionistas ao observar os números da empresa, já que o Facebook revelou um baixo crescimento de usuários e até mesmo uma diminuição de sua base em países europeus.



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