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A economia dos presidenciáveis: Geraldo Alckmin



Amplamente conhecido no estado de São Paulo, Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho é, sem dúvidas, um candidato que não pode ser deixado de lado ao se considerar a corrida presidencial de 2018, principalmente após o Centrão - como é popularmente conhecida a coligação entre PP, PR, PRB, DEM e Solidariedade - declarar apoio à sua campanha para presidente.

Nascido em 7 de Novembro de 1952, em Pindamonhangaba, Alckmin começou sua carreira cedo, sendo eleito vereador em sua cidade natal, pelo MDB, com apenas 20 anos de idade. Anos depois, se juntou a um grupo de dissidentes do partido, descontentes com o rumo que o mesmo, à época denominado PMDB, tinha tomado quanto à elaboração da Constituição Cidadã. Dentre os dissidentes estavam nomes como José Serra, Bresser Pereira, Fernando Henrique Cardoso e Mário Covas, e foi fundado, assim, o PSDB, partido que foi inspirado no modelo de social-democracia europeia da época. Como consequência de tais acontecimentos, Geraldo acabou se tornando vice-governador de Mário Covas, tendo posteriormente participado da corrida presidencial de 2006, quando foi derrotado por Lula, do Partido dos Trabalhadores. Quatro anos depois, ganhou a eleição estadual e se tornou governador do estado de São Paulo, cargo que ocupou de 2010 a 2018, quando se afastou para concorrer à presidência novamente, em meio ao mais turbulento cenário eleitoral desde 1989.

Isso posto, é necessário também conhecer suas propostas e sua equipe econômica a fim de entendermos melhor qual será sua dinâmica de governo, se eleito. Começando pela sua equipe econômica, destaca-se de imediato o grande nome de sua equipe, Pérsio Arida, renomado economista, que tem reconhecimento tanto pelo setor público – tendo sido um dos idealizadores do Plano Real e presidente do BNDES, em 1995 – quanto pelo setor privado – sendo um dos co-fundadores do banco BTG.

Destaca-se dentre as propostas de Arida para o planejamento de governo de Alckmin uma série de medidas liberais, as quais são bem quistas pelo mercado, como a reforma da previdência, que urge devido ao alto gasto, tanto público quanto privado, para manter tais benefícios da forma como estão, e também a reforma trabalhista, já aprovada e que teve sua possibilidade de revogação negada pelo candidato para seu potencial mandato como presidente, sendo essa reforma apoiada pela iniciativa privada sob a ótica de que, ao longo do tempo, tal estatuto perdeu a validade devido à mudança na dinâmica do trabalho - o que faz sentido, afinal a CLT foi criada em 1949.


O “laissez-faire” dos reguladores

Outro aspecto relevante da candidatura é o aceno positivo de Alckmin para propostas relacionadas a uma maior independência de agentes reguladores, o que indica um menor engessamento dessas agências pela menor dependência delas em relação ao poder legislativo, situação que, muitas vezes, gera uma burocracia exacerbada para a alteração de leis e regras, não acompanhando a dinamicidade do mercado e tornando-o, por consequência, menos eficiente do que poderia ser. Tal aspecto faz com que a entrada de novas empresas - tanto nacionais quanto transnacionais - em determinados mercados seja facilitada, o que acaba por trazer investimentos para setores pouco eficientes da economia brasileira.


A revoada dos tucanos?

Podemos observar que o plano de Alckmin para a maior economia da América Latina é muito mais voltado para um caráter de abertura econômica, tendo como justificativa o fato de que essas medidas levarão de volta o crescimento econômico ao patamar de 5%. Resta saber se o PSDB, com suas alianças e estando em meio a um cenário cada vez mais incerto - principalmente com a entrada de Haddad no páreo, e com a disputa dos tucanos contra Bolsonaro por uma base eleitoral com muito em comum - conseguirá recolocar o PSDB no Palácio da Alvorada após 16 anos de ausência.



Leia aqui o artigo de Ciro Gomes da série "A economia dos presidenciáveis", publicado na senama passada! Acompanhe também nossa página, facebook.com/ligademercadofeausp, e fique por dentro de nossa série "A economia dos presidenciáveis", com artigos novos até as eleições 2018, além de nossas publicações semanais na Markets Insights!

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