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A economia dos presidenciáveis: Marina Silva



Conforme o ano eleitoral avança, o nome de Marina Silva toma conta do noticiário político e do cotidiano do brasileiro. Ex-senadora pelo Acre e ministra do meio ambiente no governo Lula, Marina é a principal representante do ambientalismo no Brasil. No entanto, apesar de ter posicionamento bem definido acerca das questões ambientais e dos direitos das mulheres, o pragmatismo marca sua carreira política, sendo o apoio à candidatura de Aécio Neves, PSDB, em 2014, o exemplo mais emblemático. Agora, como presidente do seu próprio partido, Rede Sustentabilidade, Marina Silva disputa sua terceira eleição, mesmo havendo dúvidas relacionadas ao seu capital político e a sua capacidade para dar andamento às reformas econômicas de que o Brasil necessita.

Com relação a sua equipe econômica, a ex-senadora volta a ter o economista Eduardo Giannetti como principal consultor. Eduardo elaborou os dois primeiros planos de governo da candidata e demonstra-se como um economista com tendências ao liberalismo econômico, mas sem apresentar uma defesa incisiva. Se for para classificar Giannetti no espectro político, provavelmente, seria o centro. Certamente, a posição mais adequada para Marina.

É a partir dessa análise que o mercado financeiro brasileiro e mundial enxerga a chapa da Rede. Para o mercado, a candidatura de Marina Silva não representa o caminho ideal para a solução do déficit fiscal e do rombo da previdência, mas sim um percurso um pouco mais estável e atrativo para o investimento externo, principalmente, ao se comparar com outros candidatos, como Ciro Gomes e Jair Bolsonaro. Dos males, o menor.

Entretanto, apesar dessa visão mais otimista sobre a ex-ministra, ela não está a salvo de ressalvas e incertezas do mercado. A candidata defende a autonomia para o Banco Central, mas, ao mesmo tempo, propõe uma “independência institucionalizada”- seja lá o que isso for.


As ressalvas continuam…

Marina também já declarou que, caso eleita, irá modificar a Reforma Trabalhista, afirmando que o “acordado não pode prevalecer sobre o legislado”, alterando assim o ponto mais favorável ao mercado da reforma. Soma-se a esse cenário o posicionamento contrário ao Teto de Gastos, o qual a candidata chama de “inexequível”. Tal postura corrobora para o surgimento de dúvidas relacionadas à disposição da candidata para reequilibrar as contas públicas e ao seu compromisso fiscal.


Reforma da Previdência

No que se refere à Reforma da Previdência, a candidata posiciona-se favoravelmente ao tema. Em diversas ocasiões, ela reconheceu a necessidade da reforma e reafirmou sua importância para a saúde do governo, alinhando, nesse aspecto, suas propostas com a expectativa do mercado. Marina propõe a unificação das regras da previdência, tanto para o funcionalismo público, quanto para o setor privado. Além disso, sua equipe planeja a alteração do modelo para um sistema misto de contribuição e capitalização, diminuindo o peso da seguridade social nas contas públicas.


Cenário pouco favorável...

Apesar da tentativa da candidata de implementar a responsabilidade fiscal, outros pontos tornam o seu futuro no Palácio da Alvorada mais distante. A pouca expressividade política do seu partido e a imagem estereotipada de sempre ficar “em cima do muro”, ratificam seu desempenho pouco animador nas pesquisas eleitorais. Pode-se dizer que a candidatura de Marina Silva resume-se à palavra que marcou sua carreira política: pragmatismo. Ou seja, mais uma candidatura de centro, representante da “velha política”, sem apelo popular, que tenta convencer, ao mesmo tempo, o eleitor da esquerda e da direita. Mais uma vez, Brasília está distante do Brasil.



Leia aqui o artigo de Jair Bolsonaro da série "A economia dos presidenciáveis", publicado na senama passada! Acompanhe também nossa página, facebook.com/ligademercadofeausp, e fique por dentro de nossa série, com artigos novos até as eleições 2018, além de nossas publicações semanais na Markets Insights!


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