top of page

Beta: como mensurar e utilizar?


Ao analisar os mais variados ativos financeiros disponíveis no mercado, o investidor, em última instância, acaba esbarrando no binômio risco-retorno ao procurar a melhor oportunidade. No caso de empresas, por exemplo, o estudo da estrutura de capital é fundamental para a determinação de um investimento. O Capital Asset Pricing Model (CAPM) é um dos modelos mais utilizados no mercado para a apreciação do custo de capital próprio, ou seja, do retorno mínimo que os investidores esperam receber de forma a remunerar o custo de oportunidade dos recursos aplicados. Um dos elementos fundamentais da fórmula – que indica porção importante do risco a que a empresa está

exposta – é o beta (β).

Primeiramente, numa análise mais formal, define-se o beta como o coeficiente angular da reta de regressão linear das variações de um ativo – como uma ação – sobre as variações da carteira do mercado – como o índice Bovespa. Tal índice é utilizado apenas como um exemplo por se tratar do principal índice de mercado brasileiro. O Bovespa reúne as ações mais negociadas da Bolsa de Valores de São Paulo. Simplificando, o beta mede a sensibilidade de um ativo em relação aos movimentos do mercado. É a medida da volatilidade da ação em relação ao mercado como um todo.

Ri = Representa o retorno de um ativo

Rm = Representa o retorno do mercado como um todo

O beta é um indicador extremamente importante para determinar qual ponto da relação risco e retorno é mais adequado para o perfil de cada investidor. Auxilia na escolha de ativos mais adequados com sua estratégia. É importante salientar que o uso do beta não é restrito ao mercado de ações. É uma medida de volatilidade relativa que pode ser usada em qualquer mercado como, por exemplo, em fundos de renda fixa comparando o desempenho de fundos de investimento em relação a uma taxa de juros específica do mercado. Ao utilizar a fórmula, chegaremos a um resultado próximo a um. Interpretando estes dados, temos que:

  1. Beta igual (ou muito próximo de) a 1: Podemos dizer que a ação se movimenta na mesma direção da carteira do mercado em termos de retorno esperado, ou seja, o risco da ação é muito parecido em relação ao risco sistemático do mercado como um todo.

  2. Beta superior a 1: O ativo tende a se mostrar mais sensível às variações do mercado, desvalorizando-se mais do que o Ibovespa quando este cai e se valorizando mais quando o índice está em alta. Por retratar um risco sistemático mais alto do que a carteira do mercado, é interpretado como um investimento agressivo.

  3. Beta inferior a 1: Tende a ser menos sensível às variações do mercado, representado pelo Ibovespa. Ou seja, costuma cair menos em ocasiões de queda, bem como subir menos em ocasiões de alta. É um ativo defensivo.

O beta de uma ação representativa do portfólio composto por todas as ações do mercado, por definição, seria igual a 1. Esta representaria uma carteira bem diversificada, como é a do mercado. Um dos exemplos no Brasil é a Petrobrás, que constitui uma das ações com maior participação no Ibovespa. É por este motivo que os círculos do gráfico estão bem próximos uns dos outros. A dispersão em relação a linha de tendência é pequena, se aproximando justamente de 1.



Caso tenha se interessado, confira a lista de textos que disponibilizamos para o aprofundamento no assunto. Acompanhe também nossa página, facebook.com/ligademercadofeausp, e fique por dentro de nossas postagens semanais!

bottom of page