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Ao se analisar a sociedade atual, nota-se grande relevância do setor de entretenimento e de seus produtos na definição de comportamentos. A disseminação de hábitos comuns de consumo em todo o planeta, ele deve à consolidação de marcas globais como a Disney, uma empresa que acompanha tendências de desenvolvimento econômico e tende a se expandir para novos mercados para manter a dominância em sua indústria.

Criada no ano de 1923 pelo criativo Walt Disney, a empresa no princípio era um estúdio que produzia curtas de animação, mas, ao passar dos anos, foi-se tornando um verdadeiro império do entretenimento. Atualmente, além de produzir filmes, a Disney tem parques, canais de TV e emissoras de rádio, garantindo assim sua posição como a maior companhia de mídia e entretenimento do mundo.

Quando se trata de modelo de negócios, a Disney apresenta uma alta diversificação de seus serviços e produtos, atuando em vários segmentos do setor. As áreas em que se subdividem os negócios da companhia são Media Networks, Parks and Resorts, Studio Entertainment e Consumer Products & Interactive Media. Apesar dessa diversificação, a Disney consegue integrar seus segmentos de atuação em um grande ciclo de geração de valor.

O segmento de Media Networks representa 41% da receita da companhia e inclui os canais de televisão. As suas receitas provêm da venda de anúncios, de taxas de afiliação e da venda de programas produzidos pela Disney. Os canais a cabo são a maior fonte de renda, somando mais de US$ 5,1 bi de receita operacional. Entretanto, o segmento apresenta risco de queda na medida em que o advento de plataformas de entretenimento causou uma considerável migração do público mais jovem.

O segundo maior segmento de atuação da Disney é o de Parks and Resorts. Os parques temáticos da companhia são os mais visitados do mundo, conferindo à empresa a liderança absoluta neste segmento. Representando 34% das receitas, os ganhos provém da venda de ingressos, comidas, mercadorias e pacotes de viagem. Parte das receitas provêm de hotéis e resorts, usados por parte expressiva dos visitantes. Apesar das atrações serem distribuídas ao redor do planeta, a maior parte da receita vem dos EUA.



Já o segmento de Consumer Products & Interactive Media, 8% da receita, licencia nomes comerciais, personagens e propriedades visuais e literárias para vários fabricantes do mundo inteiro. A Disney também desenvolve e publica jogos, revistas e livros, além de ganhar taxas pelo uso de suas marcas por outras empresas. Assim como o de Parks and Resorts, esse segmento é muito sensível ao desempenho da economia mundial. A maior presença em economias consolidadas, como os EUA e Japão, ou em crescimento acelerado, como a China, atenua a exposição à uma possível crise global.

No segmento de Studio Entertainment, responsável por 17% das receitas, a Disney adquire e produz animações e live-actions para distribuição global em teatros, serviços de streaming, cinemas e televisão. O segmento é consolidado e marcado por sucessivos recordes de bilheterias. A possibilidade de se gerar receitas com franquias como Star Wars, Avatar e Vingadores faz com que a Disney mantenha expectativas de protagonismo em market share e rentabilidade. Porém, ela ainda tem que enfrentar uma forte concorrência dos estúdios da Time Warner, Comcast e Sony, empresas que detém market share expressivo. Nesse quesito, destaca-se a estratégia de aquisições promovidas pela empresa nas últimas décadas, marcada pela compra de empresas como a Marvel e a Lucasfilm.

A compra de tais empresas foi responsável por um fortalecimento da companhia nos últimos anos, já que a Disney apresentou um ROE crescente desde 2010, saindo de 10,56% para a marca de 25,83% em 2018. Enquanto isso, uma de suas maiores concorrentes, a Comcast, aumentou seu ROE de 8.20% de 2010 para 16.38% em 2018.

Além das aquisições, outros fatores fundamentais para o crescimento da empresa nos próximos anos são a expansão para os mercados emergentes e os investimentos nos serviços de streaming. As recentes aberturas de parques em Hong Kong e Shangai e a compra da empresa indiana Hotstar mostram a expansão da Disney em mercados que estão em franca expansão. Já a aquisição da BAMTech, a criação do ESPN+, a busca pelo controle total da Hulu e o anúncio do Disney +, serviço que pode mudar a dinâmica do mercado, foram vistos como cruciais para justificar previsões de crescimento do valor das ações. Tendo uma grande quantidade de produtos próprios e experiência em fazer produções de qualidade, a Disney começou na frente de seus peers no mercado de streaming. Assim, espera-se que a companhia conseguirá se beneficiar de novas tendências de consumo.

Ademais, a existência de marcas extremamente consolidadas a coloca em uma posição confortável para a era do streaming, na qual a presença de conteúdo próprio se demonstra cada vez mais importante. Desse modo, tem-se uma empresa que, apesar de sacrificar lucros de curto prazo para diversificar ainda mais os seus produtos, tem uma estratégia de longo prazo bem recebida pelo mercado.

Como consequência, a Disney mostra-se como uma empresa que obteve sucesso em garantir retornos aos seus investidores ao longo do tempo, garantindo a sua liderança por meio da expansão global de seus produtos e por aquisições, colocando-a em vantagem em relação aos seus concorrentes.






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