Há enorme variedade de tipos de fundos de investimento. Por isso, é altamente recomendável compreender seu próprio perfil de investidor e conhecer a política de investimento dos fundos escolhidos, de maneira a garantir o alinhamento entre investidor e asset manager.
De acordo com o artigo 92 do Circular 409 de 18 de Agosto de 2004 da CVM, os fundos são classificados em sete categorias: fundo de curto prazo, fundo referenciado, fundo de renda fixa, fundo de ações, fundo cambia, fundo de dívida externa e fundo multimercado.[1] Os três primeiros são tipos de fundo comuns de renda fixa, enquanto os demais são modalidades de renda variável, sendo os fundos de ações e multimercado os mais comuns encontrados nas corretoras e bancos de varejo.
Os fundos de curto prazo têm como prazo médio de carteira menos de 60 dias e são compostos por títulos públicos e privados de baixo risco. Suas cotas são pouco sensíveis à conjuntura macroeconômica e são recomendadas para investidores conservadores com objetivos de curto prazo. Nos últimos anos, vale dizer, boa parte desses fundos não têm superado o rendimento da caderneta de poupança nem o CDI.
Os fundos referenciados oferecem estratégia de administração passiva, apenas reproduzindo seu benchmark. O mais comum dessa modalidade são os fundos referenciados DI, que reproduzem o CDI e estão disponíveis nos principais bancos de varejo e corretoras. Geralmente, cobram entre 0,25% e 2% de taxa de administração e não cobram taxa de performance. Podem também fazer uso de derivativos com objetivo de proteção (hedge).
Fundos de renda fixa, de acordo com normas da CVM, precisam possuir 80% de sua carteira em ativos de renda fixa pré-fixados ou pós-fixados, que acompanhem a variação da taxa de juros e/ou a inflação. Usualmente, compara-se a performance de fundos referenciados DI e fundos de renda fixa com a rentabilidade do CDI.
Fundos de ações, como o próprio nome sugere, possuem estratégias de administração ativa com objetivo de superar seu benchmark, como o Ibovespa. A marcação a mercado é especialmente importante nessa categoria de fundo, pois a variação do valor das ações que lastreiam o fundo impacta em tempo real o valor de sua cota. Geralmente, costumam cobrar taxa de performance de 20%.
Fundos cambiais possuem grande percentual de ativos lastreados em moeda estrangeira ou cupom cambial. Pode ser uma ferramenta especialmente útil para proteção cambial e/ou especulação em tempos de instabilidade.
Fundos de dívida externa devem manter uma porcentagem elevada de títulos de dívida externa lastreados pela União, podendo aplicar uma porcentagem pequena em títulos de dívida do mercado internacional. É uma forma de aplicar recursos em títulos do governo brasileiro indiretamente.
Por fim, fundos de multimercado podem utilizar quaisquer estratégias anteriores, assim como fazer uso de derivativos para proteção ou alavancagem. Não possuem compromisso de se concentrar em algum tipo específico de ativo ou grau de risco e liquidez.
Para fazer escolhas entre esses tipos de fundos, é recomendável acompanhar com regularidade seu desempenho e principalmente estar alinhado com a política de investimento utilizada pelo fundo, que deve ser conhecida antes da aplicação, por meio da leitura de seu regulamento e material de divulgação.
Este texto buscou apresentar informações iniciais sobre fundos de investimento disponíveis a pessoas físicas. Caso tenha se interessado, confira a lista de textos que disponibilizamos para o aprofundamento no assunto. Acompanhe também nossa página, facebook.com/ligademercadofeausp, e fique por dentro de nossas postagens semanais!
[1] Circular CVM 409 de 18/08/04.
Disponível em: http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/instrucoes/anexos/400/inst409consolid.pdf
Acesso em 25/02/18.